Brasil será 6ª potência em petróleo

11/11/2009 14:36

O Brasil será em 2015 o sexto maior produtor mundial de petróleo, ultrapassando alguns dos países mais tradicionais na extração do combustível, de acordo com previsão divulgada ontem pela Agência Internacional de Energia (AIE).

Com as descobertas na camada do pré-sal, o Brasil terá uma produção diária de 3,1 milhões de barris, ficando à frente de países como Emirados Árabes, Kuait e Iraque, que são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep, cartel responsável por cerca de 40% do produto consumido no mundo), sempre tomando como base o estudo da AIE.

Caso essas previsões se confirmem, o Brasil se tornará ainda o maior produtor da América Latina, superando o México e a Venezuela - que terão queda no setor, ainda que por motivos diversos. O primeiro sofre com a falta de investimentos na estatal Pemex, o segundo, com a saída dos investidores estrangeiros, que debandaram por causa do governo Hugo Chávez.

No ano passado, o País era o 11º maior produtor, com a extração de 1,8 milhão de barris de petróleo ao dia. Os 3,1 milhões de barris previstos pela agência para 2015 são inferiores à estimativa mais recente da própria, de junho, para 2014.

Na época, ela disse que a produção brasileira chegaria a 3,4 milhões de barris diários -com aumento constante na extração a partir do ano que vem.

A AIE ressalta que o Brasil, o Cazaquistão e o Azerbaijão são os únicos países que não integram a Opep e que terão um aumento significativo na produção nos próximos anos. No caso brasileiro, esse crescimento se deve às descobertas recentes em águas profundas.

Olhando mais para a frente, para 2030, o Brasil perderá uma posição no ranking, sendo ultrapassado por Canadá e Iraque – mas deixando a China para trás. No período de 2008 a 2030, apenas o Iraque e o Canadá (graças à extração de óleo das areias betuminosas) terão um crescimento anual superior ao brasileiro na produção.

O avanço brasileiro, quando a extração do pré-sal provavelmente estiver no seu auge, vai se dar em um período no qual o consumo mundial vai continuar crescendo, mas menos do que a AIE imaginava. A agência estima uma demanda global diária de 105,2 milhões de barris em 2030, 1 milhão de barris menos do que previra no ano passado. O consumo mundial de petróleo no ano passado foi de 88,4 milhões de barris ao dia. No cenário previsto pela agência nos próximos 21 anos, os países ricos passarão a consumir menos petróleo, cuja demanda será puxada pelas economias emergentes, como o Brasil, a China e a Índia.

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